quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


Era uma vez
Uma garotinha que gostava de passear pela cidade
Ela não tinha nada para fazer 
Era uma atoa
Inútil e vazia 
Um dia enquanto andava e olhava para o céu
Pensou:
Porque não é laranja?
Então, distraída e imaginando
Parecia sonhar de olhos abertos
Caiu em um buraco
Profundo, escuro e frio
E parece que aquilo deu certo com o seu íntimo,
Um fundo vazio, falso e cheio de armadilhas.

Mas ela se cansou de descrever a si mesma,
Ela parou de olhar no espelho da alma para se encontrar
Ela parou de olhar para dentro de si mesma,
Ela só quer voltar pra casa,
Sentar no sofá,
Abrir uma cerveja e comer pedaços inúteis de carne, cheia de sangue.

Depois ir para o seu quarto,
apagar o abajur que tem cores que lembram a infância
Acender um incenso com cheiro de sândalo
Fechar os olhos,
Ouvir stairway to heaven, imaginar-se estranha,
Fumar o cigarro dela
Desenhar estrelas no céu nublado
Inventar fórmulas mágicas de se prever o futuro,
É demais para você?
Pensando como é bom ser a bruxa das próprias vontades,

E essa era a minha vontade,
Era te encontrar em um desses dejavus
Era puxar seus braços e dançar Elvis, Janes, Cazuza ou qualquer outra balada romântica.
Era poder te enfeitiçar sem ter que fingir olhos felizes,
Era realmente ter olhos felizes, e felizes por te ver, por te ter.

Mas não,
Tem sido mais confortável vestir a persona,
Tem sido a zona de conforto,
Tem sido mais romântico pedir desculpas
Tem sido mais sincero não mudar as atitudes depois das desculpas,
É melhor assumir,
Que os defeitos também nos faz apaixonar,
É melhor desistir,
Dessa idéia de eu querer te mudar,
Dessa idéia de eu querer mudar eu mesma...

Mas,
Essa manhã havia um cheiro de chuva,
Cheiro de bons tempos,
Cheiro de espíritos voando pelo ar.

Eu sonhei que estava em fundo de um poço,
E de repente alguém me disse "parabéns",
Quando olhei para cima,
O que era escuro ganhou uma imensa claridade,
E eu vi a imagem de um coração, o meu coração.

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